Sex and the City, uma das séries americanas mais icônicas e famosas dos anos 90 e início dos anos 2000, retrata a vida de quatro amigas solteiras que vivem em Nova York: Carrie Bradshaw, Charlotte York, Samantha Jones e Miranda Hobbes. Cada uma delas tem sua própria visão sobre relacionamentos, carreira profissional, independência, moda e lifestyle, tornando a série um verdadeiro retrato de experiências e opiniões femininas.
Miranda Hobbes, é considerada a mais cética, racional e realista do quarteto. Advogada bem-sucedida e independente, ela frequentemente questiona normas, não só românticas, e não se conforma com a ideia de que uma mulher precisa de um relacionamento amoroso para se sentir completa e estar estável. Suas opiniões profundas e seus questionamentos legítimos trouxeram uma das reflexões mais interessantes da série: a famosa "Teoria do Táxi".
No episódio 8 da 3ª temporada, em uma conversa entre amigas, Miranda afirma:
“Os homens são como táxis. Quando estão disponíveis, a luz deles acende. Eles acordam um dia e decidem que estão prontos para se estabelecer, ter filhos, seja lá o que for, e acendem a luz. A próxima mulher que eles pegam — bum! — é a mulher com quem eles se casam.” Ela ainda pontua: “Não é sobre destino, é sobre sorte.”
Isso nos leva à conclusão de que, mesmo que os homens conheçam uma mulher interessante e especial e se apaixonem por ela, eles não vão propor um relacionamento sério a menos que, naquele momento, a “luz” deles esteja “acesa”. Ou seja, não é necessariamente sobre o amor da vida deles e a paixão pela mulher, mas sim sobre as circunstâncias do momento, quando se convencem de que estão prontos para sossegar, se estabelecerem e formarem uma família.
E agora te pergunto, também me questionando: será que essa teoria faz realmente sentido? Será que os homens têm, de fato, esse 'momento de prontidão'? Que o sucesso de um relacionamento com eles depende apenas da disponibilidade deles? E, se não fosse você ali, ele estaria feliz da mesma forma, já que o momento em que você entrou na vida dele era justamente quando ele estava esperando por alguém?
E nós? As mulheres entram no táxi esperando o quê?
Nós, mulheres, na maioria das vezes, crescemos com a ideia do homem ideal e do relacionamento perfeito — o tão sonhado príncipe encantado. E, mesmo que isso não se torne uma prioridade em nossas vidas, em algum momento, acabamos refletindo sobre isso, mesmo que de forma espontânea e despretensiosa. É um assunto que paramos para pensar, mas eles não. Eles pensam em casamento somente quando decidem se cansar; não param momentos de sua vida para pensar ou planejar como deveria ser ou como gostariam que fosse.Se pensam em casamento desde cedo, será que não é só devido ao status de constituírem uma família e serem “chefe” de algo? E não por ter ao seu lado uma companheira e querer viver o sentimento de estar apaixonado?
Contudo, me questiono: será que, no fundo, também esperamos que o 'táxi' da nossa vida se acenda em algum momento, com alguém pronto para nos levar até o nosso 'felizes para sempre'? Talvez, intrinsecamente, sejamos ensinadas a acreditar que, como nos contos de fadas, existe o 'momento perfeito' para o amor chegar, e que, quando isso acontecer, tudo irá se encaixar de maneira mágica e perfeita. Porém, a realidade parece mais complexa. O que buscamos não é dizer “Tenho um namorado.”, mas algo mais profundo e significativo, algo que nos faça sentir que a espera valeu a pena. Alguém que faça com que nos sentimos especial, única e amada. Que nos respeite, nos considere, nos inclua em seus planos, que nos ame.
Entretanto, eventualmente, entramos na vida dos homens com a expectativa de sermos a resposta para algo que eles nem sabiam que precisavam. Será que no fundo gostamos de quando a luz do táxi de algum homem ascende para nós porque, no fundo, nos sentimos nas nuvens por pensarmos que seremos a felicidade deles e conquistaremos o nosso felizes para sempre sendo a felicidade primordial de alguém?
Incontestavelmente, devemos sempre ter em mente e considerar o significado do casamento na sociedade, bem como o verdadeiro papel que ele desempenha na vida das mulheres e dos homens. E, mesmo que a ideia ou a busca pelo casamento se modifique com passar das décadas e dos séculos, uma coisa podemos afirmar com toda certeza: o matrimônio sempre será um peso e a consideração do ápice da vivência feminina. Deve representar o momento em que a mulher se sente completa e feliz, pois, caso contrário — especialmente dentro de certos costumes e faixas etárias — seu fracasso e solidão estarão decretados na mente de todos. Enquanto isso, o homem, com a mesma idade e o mesmo status de solteiro, será visto apenas como alguém que ainda não encontrou a pessoa certa. Ele está ‘se cuidando’, ‘se estabelecendo’, ‘buscando seus objetivos’ antes de assumir algo tão profundo e comprometedor.
Mas e você? O que acha da Teoria do Táxi? Ela faz sentido?
Será que, no final das contas, Miranda está ou não certa? Se estiver, devemos generalizar todos os homens?